Todo Geek imagina duelos entre heróis da DC Comics e da Marvel, mas quem também é Otaku, imagina duelos entre personagens das editoras japonesas Shueisha e Kodansha, responsáveis pela publicação das revistas Shonen Jump e Shonen Magazine, respectivamente. As duas são as mais vendidas no Japão na atualidade, e suas obras são sucesso em todo o Mundo.
A editora Shogakkukan, é responsável pela publicação da revista Shonen Sunday, que já foi a revista mais vendida do Japão, e contou e conta com em suas páginas com Mangás de Rumiko Takashi, uma das maiores mangakás da história. Além disso, a editora já publicou Doraemon, Zatch Bell, e até hoje conta com Detetive Conan. Porém, tirando Conan e o Mangá de Takashi MAO, não há mais grandes destaques na sua lineup.
Hoje, como dito, a disputa é entre Shueisha e Kodansha. A Shonen Magazine já foi a revista mais vendida do Japão, mas perdeu este posto para a Shonen Jump na época de Dragon Ball, chegou a recuperar, mas o perdeu de novo com o estouro de One Piece e Naruto, e até OP acabar, não deve retomar. A Kodansha já publicou e pública em suas várias revistas obras como GOT, Ghosth in The Shell, Shinjeki no Kyojin, Vinland Saga, e Fair Tail, mas é mesmo a Shonen Magazine seu carro-chefe. A revista já contou em seu lineup com Gegege no Kitarou, Ashita no Joe, Kamen Rider, Vinland Saga, Fair Tail, e até hoje conta com obras de sucesso, como Hajime no Ippo, Diamond no Ace, e Nanatsu no Taizai. O melhor período da Magazine no Século XXI, foi quando contou com Nanatsu no Taizai e Fair Tail em seu lineup simultaneamente, mas com o final das aventuras de Natsu, e o desgaste da trama dos Sete Pecados Capitais, outrora único Mangá capaz de rivalizar com One Piece em vendas, as vendas da Shonen Magazine também caíram. Nem mesmo o surgimento de Fire Force, Orient, Gotoubou, Domestic no Kanojo, e Edens Zero, título de Hiro Mashima, mesmo autor de Fair Tail, deram esperanças de uma liderança em vendas a Magazine, por conta do sucesso de One Piece.
A Shueisha conta com sucessos como Kingdom e One Punch Man, os seus maiores sucessos recentes fora da Shonen Jump. A revista virou sucesso de vendas nos anos de 1980, com o estouro de Captain Tsubasa, Hokuto no Ken, City Hunter, Saint Seiya, e especialmente, Dragon Ball. A obra de Akira Toryama foi um marco na história dos Shonens de luta, antes mangás Seinen de ação mais leves, mas que a partir de DB, ganharam características próprias. Dragon Ball seguiu em publicação até os anos de 1990, quando surgiu Slam Dunk, mangá de Basquete, que como Dragon Ball, foi um marco. Slam Dunk mudou a forma como os mangás de esportes eram narrados, trazendo um hype tremendo ao gênero. A dupla formou um trio de pilares da Jump, ao lado de Yuyu Hakusho, durante alguns anos, em que a Jump se consolidou como uma marca de sucesso, dentro e fora do Japão. Se os Mangás da Shonen Magazine só foram ganhar o Mundo no Século XXI, os da Jump já o fizeram ainda nos anos de 1990.
Na metade da década, Dragon Ball, Slam Dunk e Yuyu Hakusho chegaram em seus finais. Mas, Rouronin Henshin, que contava a história do ex-Battousai Kenshin Himura, virou um tremendo sucesso. A revista tinha tiragens médias semanais de 4 milhões de cópias, e Dragon Ball e Slam Dunk quebraram recordes de vendas de volumes, que só seriam superados por One Piece, por volta do ano de 2010. Dragon Ball, em maio de 1995, deu adeus à Jump, na edição de maior tiragem da história mundial, chegando a 6.000.000 de cópias.
Aos poucos, as vendas da Jump caíram. Todos os mangás que estavam em publicação, não conseguiam tomar um bom espaço. Rurouni Henshin até se tornou mesmo o maior sucesso da revista, seguido por Bastard, Rokudenashi Blues e Captain Tsubasa. Mas nenhum desses era sucesso como o trio de Ouro.
O primeiro mangá de sucesso a surgir pós-Dragon Ball, foi Yu-Gi-Oh!, ainda em 96. Depois, a melhor geração de mangakás da história da Jump ganharia vez para a temporada 1997-98. Começaram a publicar na revista Eiichiro Oda (One Piece), Hiroyuki Takei (Shaman King), Masashi Kishimoto (Naruto), Takeshi Obata (Hikaru no Go!), Tite Kubo (Bleach), e Takeshi Konomi (Prince of Tennis).
Oda, Kubo, Kishimoto e Takei eram leitores de Dragon Ball, e sabiam a fórmula do sucesso. Yoshiro Togashi, depois de Yuyu Hakusho, voltou à ativa com Hunter x Hunter, em maio de 1998. Dessa forma, a revista formava um novo trio de Ouro, primeiro com One Piece, Rurouni Kenshin e Hunter x Hunter. Nobuhiro Watsuki finalizou seu Samurai X em 1999. Já no começo dos anos 2000, um Top-5 com One Piece, Hikaru no Go, Prince of Tennis, Naruto e Bleach ficaria consolidado, com mais tarde, os mangás esportivos deixando essa primeira linha para um novo Big 3 mesmo, formado por One Piece, Naruto e Bleach, que reinaram por quase uma década.
Em 2004, Bleach, mangá de Tite Kubo, se consolidou ao lado de Naruto e One Piece, como parte do trio de pilastras. Naruto estava em seu auge com o exame Chounin, Bleach tinha os duelos contra Aizen na saga da Soul Society, e One Piece estava em Skypea. Prince of Tennis e Eyeshield 21 geralmente completavam o top 5 das ToC's da Shonen Jump, contrastando com Death Note, Gintana, D.Gray-man e Reborn. Posteriormente, Bakuman conseguiu boas posições, assim como Toriko, que depois, lá por 2011, ficaria quase como um quarto pilar da Jump.
Autores como Kouhei Horikoshi (Boku no Hero Academia) e Haruichi Furudate (Haikyuu!!), tentaram emplacar sucessos, mas não deu. Em 2014, Naruto acabou, e Bleach, após o começo da saga dos Fullbringers, perdeu muita audiência, se arrastando até 2016, já sem boas colocações nas Toc's. Os finais foram vitais, deixando vagas duas posições de Pilar da Jump, com One Piece reinando no trono dos Mangás, tanto no presente, como na história. Toriko, Bakuman, Sket Dance, Beelzbub, e Gintama, ficavam na sombra de One Piece, o Rei absoluto da Jump. A rival Shonen Magazine, em contrapartida, vivia desde 2012 seu auge, com Fairy Tail e Nanatsu no Taizai como uma dupla de pilares consolidados. Nanatsu no Taizai, foi o único Shonen a bater de frente com One Piece em vendas, e ao lado de Nana, o único Mangá em geral a conseguir este feito.
Nisekoi e Assasination Classroom, mangás de 2011-2012, e Kuroko no Basket, de 2008, mas que só ganhou notoriedade anos depois com a chegada do Anime, ganharam popularidade, mas um verdadeiro Pilar só surgiu em 2013, com o Mangá de voleibol, Haykiuu!, que com o final de Naruto e Kuroko, em 2014, e a chegada de seu anime, virou o segundo maior sucesso da Jump na década. Outro mangá de esportes, Hinamaru Zumou nunca chegou a emplacar, mas conseguia sobreviver. Contudo, ainda em 2014 surgiu Boku no Hero Academia, um mangá de heróis, misturando elementos das Comics e dos quadrinhos japoneses. Com um enredo bacana, boa proposta, e personagens carismáticos, o mesmo pegou o embalo do sucesso dos filmes de heróis da DC e da Marvel, como Nanatsu no Taizai fez com Game of Thrones, e se consolidou como o terceiro pilar da Jump, naturalmente.
Hunter x Hunter poderia muito bem ser um pilar, mas virou um mangá sazonal, cheio de hiatos por conta da doença de Yoshiro Togashi, e One Piece, passou a partir de 2015, a folgar na última Jump do mês, deixando a ToC sem um rei absoluto. Haikyuu!!, Boku no Hero Academia, Souma, e Assasination Classroom, brigavam com Black Clover, mangá que misturava elementos de sucessos como Game of Thrones, Naruto e Harry Potter, pela liderança da Toc. Black Clover mostrava coisas que não eram originais, mas seu enredo era interessante. Com o fim de Assasination Classroom em 2016, One Piece, Boku no Hero Academia e Black Clover, passaram a ser os três pilares da Jump como Battlte Shonens, com Haikyuu!! como um pilar de esportes. Além disso, em 2015 surgia a continuação de Dragon Ball, Dragon Ball Super, que passaria a sair na V-Jump, alavancando as vendas da revista alternativa, mas também a marca Jump. Dragon Ball havia sido um sucesso absoluto, e não deixava seus filhotes sozinhos, em um momento de crescimento da Shonen Magazine, que também iniciava o sucesso Fire Force. Também surgia Boruto, uma sequência de Naruto, com o filho do carismático Ninja.
Em 2016-2017, um novo trio surgiu: The Promised Neverland, Dr. Stone e Kimetsu no Yaiba, viravam os "Supernovas", termo usado em One Piece para definir os Piratas abaixo dos Yonkous, os pilares do Mundo Pirata. Já em 2018, Act-Age surgiu como uma alternativa, um Shonen de atuação. Assim como Neverland, Act-Age, possui uma mulher como protagonista. Yonagi é uma protagonista cativante, assim como a Enma, de TPN. Yakusaku no Neverland também é um mangá alternativo, não sendo um Batlle Shonen, assim como Dr. Stone, um mangá que junta ciência com aventura, mas poucas lutas. Já Jujutsu Kaisen, outro mangá surgido em 2018, caiu no gosto do público como um Battle Shonen com demônios e bons personagens, algo similar à Chainsaw-man, que ainda precisa ser testado.
O que será da Jump após One Piece, e da Magazine sem Nanatsu, ainda é uma incógnita. O certo é que títulos das duas revistas já entraram para a história, e vão seguir fazendo sucesso por muitos anos.
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