Boca Juniors X River Plate: O Superclássico Argentino



Boca Juniors X River Plate: O Superclássico Argentino





A série sobre as grandes rivalidades do futebol europeu tem feito muito sucesso entre os leitores do nosso site, e MUITOS deles nos pediram por e-mail que nós apresentássemos uma exceção, trazendo também a história de um Clássico Sul-americano: Boca x River. Como foram diversos pedidos, e Buenos Aires é um "pedacinho da Europa na América", nós vamos atender!

Para muitos especialistas, Boca x River é um dos maiores, ou até mesmo o maior dérbi do futebol mundial. Sim, há muitos outros times em Buenos Aires e arredores. Equipes vencedoras, com história e camisa. Mas entre Boca Juniors e River Plate, existe algo diferente.


A história da rivalidade entre os dois remete ao começo do século XX, na linda cidade de Buenos Aires, mas especialmente, no bairro de "La Boca". Um bairro ribeirinho, onde viviam em sua maioria, imigrantes italianos. O irmão mais Velho do dérbi é o  River Plate, que foi fundado em 1901. Cerca de quatro anos depois, em 1905, surgiu o Boca Juniors. Anos depois de sua fundação, o River Plate mudou sua casa para o bairro de Núñez, um bairro da região mais rica da cidade. Por isto, recebeu a alcunha de Millonarios. Já o Boca Juniors seguiu vivendo em meio aos imigrantes italianos, e logo se associou com a classe operária, ganhando o apelido de Xeneizes.


Hoje, contudo, Boca Juniors e River Plate tem as maiores torcidas da Argentina, e duas das maiores do planeta. Seus fãs não se restringem a só uma cor, raça ou classe social. Há amantes e fanáticos por Boca Juniors e River Plate em toda a parte do planeta, e a paixão vai passando, de geração para geração.




Boca Juniors x River Plate: uma rivalidade centenária e cheia de glórias.



Em 1938, o River Plate inaugurou o Estádio Monumental, até hoje a mais importante cancha do futebol argentino. Em 1941, o Boca Juniors inaugurou  o seu famoso "La Bombonera", uma das arenas mais místicas do futebol mundial.

Contudo, os anos 40, foram de domínio do River Plate. O time que ficou conhecido como "La Máquina", contava com o poderoso quinteto de ataque formado por Juan Carlos Muñoz, José Manuel "El Charro" Moreno, Adolfo Pedernera, Ángel Labruna e Félix Loustau. Na primeira metade dos anos de 1950, Alfredo di Stéfano daria continuidade ao domínio dos milionários, antes de ir para a Espanha, brilhar no Real Madrid.

Se os anos 40 e 50 foram do River, anos 60 e 70 foram do Boca Juniors. O clube xeneieze, além de conquistas locais, ainda venceu duas vezes a Copa Libertadores, em 1977 e 1978, e uma vez o Mundial de clubes (em 1977).

Em 1981, o Boca contratou junto ao Argentino Juniors, aquele que é para muitos o maior jogador de futebol da história: Diego Armando Maradona. O craque não teve uma passagem tão gloriosa assim por La Bombonera, e pouco tempo depois foi para o Barcelona. Depois da perda de Maradona, o Boca Juniors passou um bom tempo sem conquistar títulos, e viu o River Plate viver um dos momentos mais gloriosos de sua história.

Em 1986, o River Plate, liderado pelo uruguaio Enzo Francescoli, conquistou a primeira Copa Libertadores da sua história, vencendo também, posteriormente, o Mundial de Clubes. E 10 anos depois, voltaria a conquistar a América, embora desta vez tenha saído de Tóquio derrotado.

Os anos 2000, voltariam a ser tempos de glória para o Boca. E muitas glórias. Logo no primeiro ano da década, o Boca Juniors conquistou o Apertura argentino, a Copa Libertadores e o Mundial de clubes, liderado pelo craque Juan Roman Riquelme. Em 2001, os xeneiezes voltariam a conquistar a Libertadores, e após falhar 2002, em 2003 o time conquistaria o segundo triplete de sua história, vencendo o Apertura, a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes, já sem Riquelme, mas com Tévez jogando muito. Carlitos ainda ajudou o seu clube a conquistar a Copa Sul-americana de 2004, até que em 2005, rumou para o Corinthians.

Neste mesmo 2005, o Boca conquistou mais uma Sul-americana. Ainda venceria mais alguns títulos locais e da Recopa, até a volta de Riquelme em 2007. O craque ajudou o clube a conquistar a Libertadores mais uma vez, se consagrando definitivamente como o maior jogador da história do clube. Neste meio tempo, o River foi vivendo de pequenos brilhos, primeiro com Mascherano e Gallardo, depois com Falao Garcia. Após a ida do colombiano para o Porto, o River entraria em uma fase terrível.

Em 2009, a crise pegou de vez os grandes clubes argentinos. O cerco foi fechado sobre os devedores, e não sobrou para Boca, River, Racing, Independiente, San Lorenzo. Apenas o Estudiantes (campeão da Libertadores naquele ano) e o Vélez conseguiram se manter bem. Foi comum ver equipes como o Banfield, Arsenal de Sarandí, Huracán e Lanús conquistando títulos argentinos.

Em 2011, o River Plate acabou rebaixado para a Segunda divisão argentina. Passou um ano lá voltando em 2012. Foi reunindo forças, até viver um biênio 2014-2015 de sonhos, sob o comando de Marcelo Gallardo, agora treinador. Nestes dois anos, o River Plate conquistaria o torneio Transición e a Copa Sul-americana em 2014, uma Suruga, a Libertadores e a Recopa em 2015.

O Boca viu o retorno de Carlos Tevez neste mesmo 2015, e com Carlitos, também retomou as conquistas, vencendo o doblete, ao conquistar a Copa da Argentina e o Campeonato Argentino. EArgentina.m 2017, o Boca Juniors se sagrou campeão argentino, e o River faturou mais uma Copa do país, confirmando assim um confronto entre ambos, na Supercopa



Boca Juniors x River Plate na história



No total, já tivemos mais de 240 jogos entre as duas equipes, com algumas estatísticas controversas, mas o Boca Juniors tem cerca de 90 vitórias, contra mais ou menos 80 do River Plate. O Boca, no total, marcou cerca de 320 gols, e o River está se aproximando do gol 300 no dérbi. Em campo neutro, são 28 Jogos, com seis vitórias do Boca, 14 do River, e ainda oito empates.


A maior goleada do confronto foi um 6x0, do Boca Juniors em 1928. A maior goleada do River Plate foi um 5x1, em 1941. O maior artilheiro do dérbi Boca Juniors x Rive Plate foi o lendário Ángel Labruna, que marcou 22 gols com a camisa branca e vermelha sobre o maior rival. O jogador com mais dérbis também é milionário: Reinaldo Merlo, que atuou 42 vezes com a camisa do River Plate contra o Boca.


Em termos de títulos, o Boca Juniors já conquistou 17 vezes o Campeonato Argentino, seis vezes a Copa Libertadores, três vezes o Mundial de Clubes, duas vezes a Copa Sul-americana, e uma vez a Copa da Argentina. Já o River Plate, conquistou 34 vezes o Campeonato argentino, três vezes a Libertadores, uma vez o Mundial de clubes, uma vez a Copa Sul-americana e duas vezes a Copa da Argentina.




Boca Juniors x River Plate: a rivalidade fora de campo.


Boca Juniors e River Plate movimentam as emoções do torcedor argentino, e não são poucos os casos de episódios violentos entre torcidas nos dias de dérbi. O maior deles sem dúvidas é o famoso caso do Portão 12, em 1968. Dezenas de jovens acabaram comprimidos contra um dos portões de entrada do Monumental de Nuñez, em uma das maiores tragédias da história do futebol Mundial.


Outro caso lamentável foi o do Spray de Pimenta, nas Oitavas de final da Libertadores 2015. Torcedores do Boca Juniors jogaram o gás contra torcedores do River Plate, causando uma terrível confusão.O episódio causou a eliminação do Boca Juniors no torneio, e punições ao clube, Posteriormente, o River Plate foi o Campeão desta Libertadores.



Os vira casaca



Alguns jogadores se atreveram a defender tanto Boca Juniors, quanto River Plate. Poucos, é verdade. São eles:



Hugo Gatti
Oscar Ruggeri
Cláudio Caniggia
Gabriel Batistuta